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O Futuro do Sistema de Saúde no Brasil pós-COVID-19

Article-O Futuro do Sistema de Saúde no Brasil pós-COVID-19

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Os atuais sistemas de saúde são essencialmente sistemas de assistência médica e, embora tenha havido um tremendo progresso no diagnóstico e tratamento, a prestação de cuidados não mudou muito estruturalmente. Este sistema não foi projetado para lidar com o enorme crescimento de doenças crônicas, que agora representa bem mais de 80% de todos os gastos com saúde.

Pensando em maneiras de debater esse cenário, na última semana a Hospitalar promoveu uma série de webinars e um dos temas: "O Futuro do Sistema de Saúde no Brasil pós-COVID-19" foi mediado pelo presidente e cofundador da Sami, Vitor Asseituno. Participaram do papo José Augusto Ferreira, Diretor de Prov. de Saúde da Unimed BH; Priscilla Franklin – Diretora-executiva da Abramed; René Parente, Diretor-executivo da Accenture; e Ary Costa Ribeiro, CEO do Hospital Infantil Sabará

Entre os diversos temas tratados, René Parente, ressaltou como a tecnologia tem sido útil em tempos de pandemia. “Muitas das barreiras de comunicação digital caíram rapidamente com a chegada da COVID-19. A situação como um todo tem sido um grande viabilizador de soluções digitais. A principal delas é o home-office, onde poucos acreditavam que fosse possível”.

Agora mais do que nunca, com a evolução da telemedicina, diversos tipos de dados podem ser transmitidos a partir do dispositivo ou aplicativo para um smartphone e processados ​​por algoritmos que mostram como a saúde do paciente está evoluindo. Os padrões criados podem mostrar que é necessária intervenção ou que essa pessoa pode, por exemplo, estar em risco. Tanto a pessoa como a equipe de atendimento remoto podem monitorar sua saúde e, caso necessário, ser encaminhada ao hospital.  

“A teleconsulta já é uma realidade e ganhou uma importância ainda maior em meio à pandemia. Um mito que cai no meio da epidemia é o de que os idosos não de adequam às novas tecnologias. Existe uma dificuldade normal, mas um grupo de ajuda muito maior para lidar com esta nova forma de se consultar”, explicou Priscilla Franklin, Diretora-executiva da Abramed.

Os pacientes ainda contarão com profissionais de conhecimento especializado, mas o paciente e o especialista não precisam estar no mesmo espaço ao mesmo tempo. Uma rede de atendimento conectada significa que vários especialistas podem analisar o caso simultaneamente. Isso permitiria o diagnóstico precoce dos problemas de saúde, com monitoramento constante antes que eles se tornem mais graves.

“Nós fazemos parte de todo um sistema de saúde onde um depende do outro. A operadora depende do hospital e vice-versa, é um sistema todo interdependente onde o modelo assistencial se torna cada vez mais fundamental”, analisou Vitor Asseituno.

Hoje, o hospital é o centro de custos. No futuro deverá ser o último lugar para estar. O foco precisa estar na saúde da população, atenção primária e atendimento ambulatorial. Certamente haverá maior foco no bem-estar. Obviamente, é mais barato manter uma pessoa saudável do que atendê-la quando estiver doente.

Os cuidados em saúde bem planejados impulsionam a economia e devem se tornar uma prioridade estratégica para as políticas públicas. O webinar completo pode ser conferido no canal do youtube da Hospitalar.

Hospitalar aborda Pandemic Techs em Webinar

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A Informa Markets, produtora de eventos como Hospitalar e Saúde Business Fórum, lançou uma série de webinars para levar informações sobre o setor da saúde, entre 19 e 22 de maio. Cada dia seguiu uma linha temática com os maiores especialistas do setor. Todos os episódios estão disponíveis na plataforma da feira e no canal do YouTube

O encontro que aconteceu dia 20 de maio, quarta-feira, teve como tema:  “Inovação e startups: como as Pandemic Tech podem impactar o futuro da saúde?. Na conversa, esteve presente quatro nomes importantes, compartilhando o impacto da pandemia de coronavírus na tecnologia na área da saúde. 

O episódio foi mediado por Guilherme Hummel, consultor do congresso HIMSS@Hospitalar que há 20 anos atua na área de digital health. Hummel logo deu início ao diálogo, explicando o que são as pandemics technologies: “São tecnologias que existem ao redor do mundo e estavam “esquecidas”. Nem sempre são inovadoras ou disruptivas, mas no contexto da COVID-19, elas emergiram e passaram a ser de extrema importância para a cadeia de saúde mental”.  

Em seguida, a primeira convidada do webinar, Lívia Cunha, CEO da Cuco Health, destacou que, por conta da necessidade, a Cuco Health passou de health tech para “pandemic tech” em um curto período de tempo devido à necessidade de se adaptar a esse novo contexto. Lívia explica que a falta de adesão dos pacientes ao tratamento sempre foi o cenário que que a Cuco buscou mudar. “Quando um paciente não segue o tratamento, ele tende a buscar um serviço de saúde presencial, o que é muito crítico nesse momento. Então, como uma “enfermeira virtual”, precisamos ajudar os pacientes em seus tratamentos e fazer com que os médicos possam ter um feedback da evolução destes”, ressaltou a CEO. 

Jimmy Ayoub, head de produtos da Teladoc Health, destacou a dificuldade que essas health techs têm para estruturar dados na saúde. Assim, a Teladoc Health vem montando um score de dados clínicos. “Estamos estruturando a nossa plataforma para coletar dados assistenciais, normatizados, que façam sentido no momento da jornada que seja mais pertinente para aquele paciente”. 

Joel Formiga, coordenador de inovação digital de saúde do Estado de São Paulo, fala sobre como as quatro frentes de digitalização da organização se beneficiaram deste momento. Ele também abordou os projetos para o futuro e um pouco sobre big data. Joel finalizou sua participação com uma crítica à falta de adesão da população aos recursos digitais “O problema hoje não são dados ou custo computacional. O problema está no paciente e na classe médica, que não usam e não valorizam a tecnologia. Ela avançou, e nós ficamos para trás”.

Esse e todos os outros webinares promovidos pela Hospitalar na Semana On-line Hospitalar estão disponíveis no canal da feira no youtube.

Para participar dos demais, basta se inscrever no site da Hospitalar. Aqueles com interesse em patrocinar as ações da Hospitalar.com, é só entrar em contato com: comercial.hospitalar@informa.com

 Equipamentos Médicos: desafios durante a COVID-19

Article- Equipamentos Médicos: desafios durante a COVID-19

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Com o aumento de casos do novo coronavírus, combinado ao baixo índice de médicos por habitante no Brasil, lideranças da saúde debateram sobre os desafios durante a COVID-19 em relação aos equipamentos médicos durante webinar, promovido pela Hospitalar na Semana on-line Hospitalar.

Sob o temaEquipamentos Médicos: desafios durante a COVID-19”, Alexandre Ferreli Souza, Presidente da ABCLIN, abriu o bate-papo destacando que os principais problemas enfrentados são equipes de saúde mal preparadas, falta de gestão tecnológica e principalmente altos valores para equipamentos antigos e desnecessários.

Ana Paula Santos, VP de marketing da ABCLIN, exemplifica as dificuldades enfrentadas para a disponibilização de equipamentos médicos, em especial em regiões remotas. “Existe na região norte um grande problema de logística, principalmente para compra de materiais desde os mais simples aos mais complexos, incluindo o transporte, que muitas vezes é feito de barco, por exemplo”, citou. “Neste momento que precisamos da rapidez, a falta de planejamento tem sido o principal vilão para a saúde”.

Além disso, o VP de Engenharia Clínica da Beneficência Portuguesa, José Ricardo Pereira, afirmou que muito da piora da pandemia e o índice de óbitos cabe também à falta de planejamento da Engenharia Clínica dentro de hospitais: “A engenharia clinica é uma espécie de remédio para um problema crônico, porém sem todo um planejamento de aquisição, não resolve”, afirmou. “Esta pandemia vez com que hospitais públicos e privados precisassem aprender e colocar em prática algo que hospitais bem planejados demoraram anos para conseguir”, finalizou. 

Ressaltando as burocracias enfrentadas, Guilherme Xavier, CEO da Equipa Care, atribui isso também à falta de planejamento “Não existe um planejamento para manutenções e/ou novas aquisições. Um exemplo é para trocar a bateria de um dos equipamentos, onde muitas vezes o fornecedor pede 60 dias. Quantas vidas são perdidas neste prazo?”, indagou. 

A Semana on-line Hospitalar aborda ainda muitos outros assuntos, desde facilities, tecnologia, até gestão hospitalar e mais! Todos os vídeos estão disponíveis no canal da feira no youtube.

Presidente da ABIMED fala sobre eventos da saúde após a pandemia 

Article-Presidente da ABIMED fala sobre eventos da saúde após a pandemia 

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Desde que foi decretada pandemia, a crise do novo coronavírus tem afetado a diversos setores, em especial o da saúde, que precisou rever diversas condutas e exigiu o dobro de esforços de todos os envolvidos da noite para o dia. Além da crise em si, as associações de saúde ainda precisam lidar com um futuro incerto e planejar uma maneira de se reinventar para enfrentar o momento atual. 

O presidente-executivo da ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde), Fernando Silveira Filho, conta, em entrevista exclusiva para o blog da Hospitalar, sobre como a organização está lidando com o cenário atual e quais são as perspectivas para o futuro da associação e do setor. Confira a entrevista na íntegra:
 

Hospitalar: Quais ações estão sendo tomadas pela ABIMED para ajudar no combate ao novo coronavírus?
Fernando Silveira Filho:
Diante da prorrogação da quarentena pelo Governo do Estado de São Paulo, a ABIMED, em apoio às autoridades na contenção da disseminação do coronavírus, também prorroga o regime de home office até 31 de maio, pois acreditamos na medida para diminuir a curva de crescimento da doença. (A medida é tratada no Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020.)

Além disso, temos cooperado com as autoridades nas três esferas: na formulação de normas, portarias e projetos de lei relativos à nossa área de atuação.
 

H: Há também medidas que estão sendo planejadas ainda para entrar em vigor para ajudar no enfrentamento ao vírus?
FSF:
Se antecipando às necessidades de seus associados, a ABIMED está em contato com órgãos públicos para novas medidas que facilitem a chegada de produtos, de peças de reposição e o livre trânsito dos profissionais da saúde, responsáveis pela manutenção dos equipamentos.

 

H: Como a ABIMED vê o futuro da saúde ao final da pandemia?
FSF:
A ABIMED acredita que com o fim da pandemia mais pessoas terão acesso às últimas tecnologias, como o uso da telemedicina e da inteligência artificial, amplamente usados hoje em dia e vitais para enfrentar o coronavírus, pois permitem ampliar o atendimento para mais pessoas, notadamente daquelas em regiões mais remotas. Ademais, se pensarmos em termos de atenção primária, o uso de tecnologia será um importante elemento de implantação de modelos mais perenes.

 

H: Como vocês imaginam que serão os eventos de grande repercussão, como a Hospitalar, daqui para frente?
FSF:
Haverá um grau muito maior de complexidade, começando pela preocupação com o número de participantes e aspectos de assepsia pessoal e do ambiente. Além disso, será importante repensar a forma de apresentação do conteúdo e de entretenimento ao público e intensificar a presença dos meios digitais. 

Isolamento social não é sinônimo de sedentarismo

Article-Isolamento social não é sinônimo de sedentarismo

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Desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil, diversas medidas sanitárias estão sendo tomadas para ajudar a diminuir o número de infectados pela doença. Sem vacina e sem remédio com comprovação científica de eficácia, a solução momentânea está sendo o distanciamento social. E, ficar em casa, pode ser um desafio para que as pessoas se mantenham fisicamente ativas.

Em entrevista exclusiva para o blog da Hospitalar, Clara Ayres, especialista em dinâmica corporais terapêuticas e fisiologia do exercício pela Unifesp, explica que os exercícios em casa realmente funcionam para o corpo - além de serem ótimos aliados da saúde mental. 

“O segredo é disciplina e comprometimento. Para se colher os benefícios que os exercícios físicos podem trazer, é importante considerar componentes como a frequência, duração e intensidade do esforço físico”, completa Clara. 

Ainda segundo a especialista, exercícios curtos, de 20 a 30 minutos, por exemplo, alterando uma intensidade de moderada a intensa, praticados de 3 a 5 vezes por semana, podem trazer diversos benefícios, como: mobilização do metabolismo oxidativo; benefícios cardiorrespiratórios; e melhora da circulação, perfil lipídico e da glicose sanguínea. 

É possível compor um programa de exercícios que podem ser feitos em casa, até para quem nunca fez nada. A diferença vai ser o ritmo e a intensidade. Quem está no começo precisa manter a consciência e seguir com calma, respeitando suas características físicas e psicoemocionais. 

“É importante vencer a preguiça e realmente fazer os exercícios físicos, respeitando as restrições ou recomendações médicas de cada pessoa. Mas não é só isso: é preciso ter um cuidado com a alimentação e fazer escolhas que realmente nutrem o corpo”, completa Clara. 

A especialista ainda deixa um plano de exercícios fáceis, que podem ser feitos em casa e não exigem muito espaço nem equipamentos. Então, chegou a hora de mandar a preguiça embora! Confira abaixo as sugestões de exercícios. 

São 3 dias de exercícios aeróbios (Sessão A), 2 dias de exercícios de força (Sessão B) e um dia para alongamento (Sessão C). Atenção! Os movimentos devem ser feitos de forma estática e sem insistência.

Sessão A: pode ser composta por 20 a 30 minutos de caminhada, corrida estacionária (elevando os joelhos na direção do quadril) ou ginástica aeróbica em um ritmo moderado a intenso. Ou, em uma mesma sessão de treino, alternar o ritmo, sendo, por exemplo, 4 minutos em ritmo moderado e 1 minuto em ritmo intenso, fazendo assim até completar os 20 ou 30 minutos programados para a sessão.

Sessão B: Se a pessoa não tem equipamentos de fortalecimento em casa, a opção são os exercícios calistênicos, aqueles que usam o peso do próprio corpo. Sugiro uma sequência que trabalhe membros superiores, como exercícios de flexão ou barra fixa; membros inferiores, como agachamento; e aqueles que trabalham o core (músculos profundos da região abdominal, lombar e pélvica), como a prancha isométrica.

Sessão C: no alongamento, as fibras dos músculos são estiradas e levemente rompidas, por isso é preciso ser feito de forma muito cuidadosa, respeitando os limites para que esse alongamento não passe da medida e cause lesões. 

Dica bônus: A técnica do Yoga de respirar na posição de alongamento é excelente. Respire lenta e profundamente durante o alongamento e mantenha-se ali por volta de 30 segundos. Alongue pescoço, braços, costas, pernas... todo o corpo. Dê uma boa espreguiçada quando terminar.

 

 

 

 

Envelhescência pós-covid: viver menos, vivenciar mais

Article-Envelhescência pós-covid: viver menos, vivenciar mais

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Longevidade pode parecer um tema espinhoso durante uma pandemia que atinge os mais idosos. Talvez seja, mas também pode ser o melhor momento para repensarmos a nossa saudabilidade e, principalmente, a nossa finitude. As imagens chocantes da covid-19, e a experiencia dolorosa daqueles 5% ou 10% que passam pelas UTIs, não serão esquecidas por gerações, principalmente pelo grupo 60+. Pouco importa se a maioria dos longevos teve boa recuperação após a terapia intensiva. Quando a imagem da traqueostomia invasiva cresce na tela nos sentimos irmanados na impotência do paciente. Parece que tentamos ‘respirar junto’ com ele. Isolados em casa, sem vestígio de alguma data final, sem vacina e com a cloroquina infernizando a paciência, é difícil deixar de avaliar o impacto da envelhescência em cada um de nós, ou seja, a dificuldade de aceitar uma longevidade crescente com uma qualidade de vida decrescente. Na aflição, a imaginação flerta com as circunstâncias e passamos a pensar que somos o próximo usuário do hospital de campanha, já nos vendo com tubos e bombas tentando jogar vida em nossos pulmões.  

Na envelhescência (algo além dos 45 e antes dos 65 anos) começamos a nos sentir mais perto do fim e mais longe dos projetos de longo prazo. Como na adolescência, já não somos ‘mais daqui e nem dali’: revivemos um período de indefinições provenientes das alterações do corpo e da mente. Já sabemos que a idade física mudou, que a juventude se foi, mas ainda não nos percebemos velhos. Vivemos na turbulência do ageless. Como explica a psicanalista Sylvia S. G. Soares, em sua obra “Envelhescência. Um fenômeno da Modernidade à Luz da Psicanálise” (2012): “...na envelhescência, o corpo, que durante anos conservou-se dentro de uma certa estabilidade, começa enviar sinais de declínio; vai sofrendo periodicamente pequenos abalos. As mudanças são cada dia mais acentuadas e perceptíveis a olho nu. A forma física refletida no espelho vai distanciando-se da efígie, que antes era protótipo da representação de si mesmo”. No fundo, a fase da envelhescência é a preparação para a ancianidade. Ela parece nos cobrar respostas que na idade avançada já estão respondidas. No flagelo da covid-19, em pleno isolamento social, a ideia de uma esperança menor de vida para o tempo que nos resta nos convida a reflexão. 

Seremos convencidos pelo surto que haverá mais brevidade na vida? Embora seja cedo para conclusões definitivas, surgem argumentos que podem estabelecer novas regras para a finitude do ser humano pós-pandemia. É provável que um recém-nascido hoje tenha menor expectativa de vida daquele nascido a quatro meses atrás, antes, portanto, da covid-19. Os pesquisadores Patrick Heuveline e Michael Tzen da UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles), desenvolveram métricas objetivando a comparação da mortalidade entre os diferentes países. O resultado do estudo “Beyond Deaths per Capita: Three CoViD-19 Mortality Indicators for Temporal and International Comparisons”, publicado em 5 de maio último pela medRxiv, mostra, entre outras coisas, o declínio na expectativa de vida causado pela pandemia. Uma criança que nasça no Brasil em maio de 2020, por exemplo, viverá 9,7 meses a menos do que aquela nascida antes do surto. Ainda segundo o estudo, na Bélgica, um dos países em que a doença mais danos causou, a desaceleração é clara: os belgas levaram mais de 5 anos para atingir os atuais 80,7 anos de expectativa de vida, sendo que em 2 meses de surto perderam 12 meses, voltando aos níveis de 2014 (o país tem um dos mais altos níveis de CCDR - Crude CoViD-19 Death Rate). A pesquisa da UCLA mostra ainda que a Espanha passaria dos atuais 83,6 para 82,9 anos de esperança de vida (nove meses menos). Assim como esse estudo, dúzias de outros começarão a surgir (baseados nos indicadores de mortalidade de cada país), mostrando a real possibilidade de vivermos menos a partir de agora. Mesmo sendo cedo para cravarmos novos protocolos de expectativa de vida, que dependem de outras variáveis, como o tempo para a surgimento de medicamentos terapêuticos ou mesmo da vacina, a hipótese da redução do tempo médio de vida passou a ser real. 

A pandemia é solitária, e pode ser assustadora para a envelhescência. Como se não bastasse, a força pandêmica está longe de ser comparada a descomunal transformação demográfica em curso, também conhecida como envelhecimento global (global aging). Em 2050, os idosos nos EUA chegarão a 22%, sendo que não eram 12% em 2000. Na Europa serão 28% e no Japão 38%. A longevity economy vai exigir inúmeras estratégias novas para se contrapor a força do World 4.0. As plataformas de artificial intelligence, robots e inúmeras outras inovações digitais farão com que a empregabilidade seja reavaliada em todos os seus vetores. Em 2030, por exemplo, as previsões indicam que a força de trabalho diminuirá para quase zero nos EUA, enquanto no Japão e alguns países da Europa os níveis de contratação de mão de obra estarão entre 1,0 e 1,5% ao ano. Não é à toa que vários outros modelos de trabalho estão emergindo, como, por exemplo, a economia compartilhada. A crise do coronavírus chegará ao fim em algum momento, mas o envelhecimento populacional permanecerá. O Brasil, segundo o IBGE, terá em 2060 perto de 25% da população acima dos 65 anos, mostrando que ser envelhescente no século XXI será cada vez mais desafiador, principalmente nos rincões mais desiguais do mundo, como o nosso.

Por outro lado, os meios de comunicação e as mídias sociais transmitem incansavelmente mensagens de "voltar o tempo", "parecer mais jovem", "sublimar a idade", etc. Nada contra, mas a envelhescência não busca só longevidade: o prato da balança precisa se inclinar para uma saudabilidade física e mental notável, permitindo sermos ‘viáveis como humanos’ e não só como vegetais. Envelhescência dá trabalho e impõe dúvidas: estamos preparados para viver muito se houver alto risco de desenvolvermos doenças cerebrais, deficiências físicas, ou insuficiência econômica que gere dependência de terceiros (não menos aflitos)? Não há respostas fáceis. Mas talvez a melhor maneira de passar pela envelhescência é manobrá-la antes que ela chegue. Ser um longevo afinado é uma tarefa que começa antes que alguma  caduquice nos abrace, e isso só é possível se estivermos dispostos a empreitar duas grandes escolhas: (1) elegermos uma vida saudável antes que ela deixe de o ser; e (2) nos esforçarmos para viver o suficiente, mas sempre lutando diligentemente para vivenciar cada minuto dessa existência. Vivenciar tanto e a tal ponto que seja prescindível estar na vida por muito mais tempo em condições precárias. Viver é existir num determinado corpo. Vivenciar é permanentemente experimentar a vida, aprender e arriscar com ela e se lambuzar com cada fragmento que ela venha nos proporcionar. Pessoas que apenas vivem não vão se adaptar a envelhescência, principalmente porque esta exige um plano, um norte e muita disciplina. Idosos com longevidade plena são aqueles que deixaram de prestar atenção na sua envelhescência, pois já encontraram respostas, já vivem em concórdia com sua idade e a morte é tão somente uma curva. 

Ezekiel Emanuel é médico e chefe da disciplina de ética médica e políticas de saúde da Universidade da Pensilvânia, sendo autor de vários livros, entre eles “The Ends of Human Life”. Em 2014, Emanuel escreveu um “escandaloso” artigo no The Atlantic intitulado “Porque espero morrer aos 75 anos”. Em agosto de 2019, já com 62 anos, ele concedeu entrevista a MIT Technology Review. Pergunta: Por que num mundo que sonha em chegar bem aos 100 anos, o senhor quer viver somente até os 75? Resposta: “Eu acho que existe uma certa obsessão coletiva em ter uma vida extremamente longa. Acredito que não devemos nos preocupar tanto com a quantidade de anos, mas com os atributos deles. Nosso objetivo como seres humanos não deveria ser viver mais, mas viver em completude. Precisamos mudar esse foco. Os 75 anos? Bem, é que a partir desse ponto todas as nossas habilidades começam a decair naturalmente. A criatividade não é mais a mesma. O corpo não responde mais como outrora e aos poucos os processos mentais ficam naturalmente lentos. Nossos amigos e familiares se vão, sendo pouco prazeroso passar por todos esses acontecimentos. A ideia do artigo foi provocar e, principalmente, chamar atenção de que não é tão fácil assim ter 90 ou mais anos”, explicou Emanuel. Certamente que a grande maioria discorda desse ‘hemisfério intelectual’ do médico, pois viver mais passou a ser uma compulsão no século XXI. Emanuel desafia o senso comum lembrando que a grande maioria dos longevos não consegue alcançar uma envelhescência plena porque ela é difícil, exige muita determinação, carece de planejamento e as iniciativas devem começar cedo. O resultado é que grande parte fica pelo caminho, sofrendo do flagelo de uma longevidade inócua, sofrida e irrelevante. 

A Covid-19 poderá afetar as elegias que consagraram neste século as expectativas de vida. Talvez pela primeira vez na pós-modernidade uma geração está sendo capaz de perceber claramente o que é ser velho e solitário. A quarentena nos propiciou ‘estarmos’ como idosos, sentindo solidão, reclusão e o gosto da finitude. Essa fase nos fará um ser humano melhor? Ninguém sabe. Mas pelo menos teremos a chance de experimentar algum tipo de ‘senilidade’ e nos prepararmos mais na envelhescência. Nossa desforra contra a decrepitude do corpo e da mente sempre será vivenciar nossas últimas fases etárias com apogeu e plenitude. E se o leito de UTI nos alcançar, pode desaparecer o ar, mas não aparecerá o arrependimento. 


Guilherme S. Hummel
Coordenador Científico - HIMSS@Hospitalar Forum 
EMI - Head Mentor

Coalizão Covid Brasil

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O Coalizão Covid Brasil é um estudo multicêntrico que vai testar a eficácia de medicamentos usados no tratamento de outras doenças para pacientes infectados pelo novo coronavírus. A pesquisa está em sua sexta fase, testando medicamentos usados no tratamento de outras doenças, para pacientes infectados pelo novo coronavírus. 

Cinco fases já se passaram. Para dar início à fase VI, liderada pela BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, foi escolhido um medicamento chamado tocilizumabe - medicamento usado em pacientes que apresentam pneumonia moderada a grave -, uma vez que os especialistas sabem que na infecção pelo coronavírus existe uma grande liberação de substâncias inflamatórias. 

“Essas substâncias inflamatórias causam danos nos pulmões e outros órgãos acometidos pela doença. O objetivo do tocilizumabe é tentar bloquear, ou minimizar, essa resposta inflamatória exacerbada”, ressalta Viviane Cordeiro Veiga, coordenadora de UTI da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 

Serão aproximadamente 10 hospitais participando desta fase da pesquisa. Eles esperam terminar em até 60 dias. É o tempo necessário para saber a eficácia dos medicamentos e ter uma pesquisa de qualidade. O objetivo é ter respostas rápidas, com a ajuda de grandes hospitais e grandes instituições de pesquisa para tentar ajudar no combate a essa crise tão grave. 

Em outras fases do estudo já foram testados medicamentos como a hidroxicloroquina, azitromicina e dexametasona em pacientes acometidos pela doença. Na sequência da fase VI, que está em desenvolvimento, serão estudados outros antivirais. 

Para que se coloque um ponto final na crise de coronavírus, a população precisa unir esforços e ajudar os especialistas. Enquanto a vacina e o tratamento adequado não são descobertos, o isolamento social é essencial. O poder de transmissão do vírus é extremamente alto. “Quando aumenta-se o isolamento social, esse número de infectados tende a cair, ou ficar estável. Conforme esse isolamento cai, os números voltam a subir. Tudo vai depender realmente do quanto conseguimos ter essa adesão de toda a sociedade”, finaliza a Viviane Cordeiro.

 

MedLevensohn no apoio ao combate do covid-19

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A MedLevensohn, produtora e distribuidora de produtos e serviços que promovem a saúde e o bem-estar, já ajudou mais de 400 famílias, em situação de vulnerabilidade, no Rio de Janeiro. O Projeto MedSocial, que consiste na doação de cartões-alimentação e suporte psicossocial a essas famílias, auxilia no enfrentamento das dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus. 

A primeira medida vai durar três meses. As famílias interessadas em receber o vale de R$120,00, devem se cadastrar no site da empresa. Em seguida, o caso será avaliado, baseado em critérios sociais. Aqueles que estiverem de acordo com a política determinada serão contatado pela MedLevensohn para receber o benefício, na Sede da Instituto IPPES (Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio), no Rio de janeiro. 

De acordo com a sócia-diretora da MedLevensohn, Verônica Szuster, será publicado semanalmente no site da empresa a lista de concessões. “Dessa forma, garantiremos a transparência dos resultados”, ela completa. 

O suporte psicossocial, também planejado pela empresa em parceria com o Instituto IPPES, está aberto a todos os interessados, que devem acessar a página do MedSocial no site da MedLevensohn e ligar para (21) 3995 - 4254, nos horários de atendimento lá publicados. 

“Com a pandemia, veio o isolamento social, a instabilidade financeira e muitas outras situações que podem abalar a saúde mental e psicológica das pessoas. Por isso, nós decidimos fornecer, além do auxílio alimentação, ajuda psicossocial às pessoas que estão vulneráveis também nesse aspecto e que precisam de um suporte profissional”, afirma Verônica Szuster. 

As ações da MedLevensohn estão em todas as frentes do combate à pandemia de coronavírus. De acordo com a empresa, eles foram a primeira empresa privada a trazer para o Brasil os testes rápidos para a COVID-19, o MedTeste Coronavírus. “Estamos empenhados em distribuir este produto ao máximo de organizações possíveis, através de uma Política Comercial que não dá privilégios a nenhum grupo econômico. Temos ainda o nosso Projeto de Check Up Corporativo com o nosso MedMóvel que, a partir do próximo mês, será contratado por algumas empresas que estão buscando testar seus colaboradores. Nestas ações, além da testagem da COVID-19, temos também a disponibilidade para identificar grupos de risco dentro das empresas, tais como Diabéticos, Hipertensos e portadores de Colesterol Alto”, finaliza a sócia-diretora da MedLevensohn. 

Thermomatic apresenta benefícios dos desumidificadores

Article-Thermomatic apresenta benefícios dos desumidificadores

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O hospital funciona como um centro onde bactérias, vírus e muitos outros microrganismos podem ser transmitidos de uma pessoa para outra. Volta e meia, temos notícia de casos de infecções adquiridas durante a internação hospitalar, ou mesmo após a alta. Nos tempos sombrios do coronavírus a importância dos hospitais se faz ainda maior, aumentando, também o cuidado e com essas estruturas, que devem sempre estar livres de microrganismos, vírus, bactérias e ácaros

É nesse cenário que a Thermomatic, empresa que atua no comércio e produção de equipamentos para promover o bem-estar das pessoas, enfatiza o uso de seus desumidificadores de ar, que ajudam a controlar a umidade do ambiente retendo até 90% das partículas em suspensão. 

A umidade é danosa em hospitais, pois costumam ser ambientes por onde circulam microrganismos. E o que a umidade faz é justamente contribuir para a proliferação desses elementos, o que é nocivo à saúde. Além disso, ela também pode ser danosa aos equipamentos e mobiliário hospitalar. 

A Thermotatic possui diversas soluções para garantir o conforto e bem-estar de todos os pacientes. Dentre elas, está o Desidrat, um desumidificador de ar que controla e mantém a umidade entre os níveis recomendados, com alto índice de confiabilidade. Produzido com a mais refinada tecnologia, o Desidrat é o equipamento ideal para os mais variados ambientes hospitalares, além de ser recomendado pela ABNT.

A empresa ainda destaca os benefícios do uso de desumidificadores em diversos setores do hospital, como na farmácia, mantendo-se a integridade dos medicamentos; no centro cirúrgico, evitando a oxidação dos equipamentos; e na radiologia, evitando danos aos filmes de radiografia.

BNDES investe R$ 2 bilhões em Hospitais sem fins lucrativos

Article-BNDES investe R$ 2 bilhões em Hospitais sem fins lucrativos

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O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) anunciou na última semana novas iniciativas para combater os efeitos do novo coronavírus na saúde. Uma delas foi o “Programa BNDES de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do Coronavírus”, que destinará R$ 2 bilhões para ampliação de leitos emergenciais e de equipamentos médico-hospitalares para Santa Casas e hospitais sem fins lucrativos. No dia seguinte ao anúncio, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei nº 13.995/2020, que autoriza essa transferência.

Com esses recursos, são estimados três mil novos leitos de UTI, o equivalente a mais de 10% da disponibilidade atual. O número de respiradores pulmonares deverá aumentar em 15 mil, suprindo, durante três meses, metade da demanda total do SUS. O número de monitores aumentará o correspondente a 20% da demanda para os próximos quatro meses e, por fim, serão 88 milhões de máscaras a mais, o que representa um terço da demanda dos próximos quatro meses.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirma que o banco está engajado no enfrentamento à crise e que tem o papel de operar em momentos difíceis. "O BNDES está trabalhando em coordenação com todos os entes do Governo Federal para entregar o máximo que a sociedade brasileira precisa", disse Montezano.

A Hospitalar está sempre em busca de iniciativas que visem o apoio a instituições filantrópicas, especialmente nesses momentos de crise, em que o SUS tem papel fundamental para o combate ao novo coronavírus.