A pandemia trouxe protagonismo à área, principalmente considerando o direcionamento dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): testar o maior número de pessoas para evitar a propagação do vírus. Por isso, as palestras abordaram diferentes temas, como proteção de dados, inteligência artificial e os limites da Medicina Diagnóstica.
Veja um pouco do que foi debatido no dia 30 de agosto na Digital Journey by Hospitalar.
Entrevista: Proteção de dados em Medicina Diagnóstica
No primeiro evento da noite, Milva Pagano, Diretora-Executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), mencionou o fato de trabalharmos o tempo inteiro com dados sensíveis na medicina diagnóstica e como já existia uma confidencialidade dessas informações, até antes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Ela entrevistou Rogéria Leoni Cruz, Diretora Jurídica e Data Protection Officer do Hospital Albert Einstein.
Com a LGPD, novas regras foram criadas, e o setor como um todo foi impactado. Milva perguntou quais os principais pontos de atenção a serem tomados com essa nova lei.
Para Rogéria, houve e ainda há uma demora razoável na regulamentação, principalmente nos quesitos portabilidade, posição do regulador e do operador e transferência internacional de dados. “Além de que, aqui no Brasil, a LGPD foi atípica, primeiro veio a lei, depois a participação dos órgãos federais”, declarou.
Milva também questionou a respeito de expectativas com essas regulamentações em vigor. Rogéria vê com bons olhos o fato de a LGPD já fazer parte do dia a dia das empresas, especialmente pela importância da proteção de dados. “Um trabalho focado em diálogo, ouvindo todos os setores e os impactos para a atividade de cada um é imprescindível”, afirmou.
Além disso, Rogéria explicou o que pode ser considerado falta grave dentro da previsibilidade de sanções da LGPD. “Falta grave é aquela falta ocorrida de forma irresponsável”, ressaltou. Entre as faltas graves incluem-se acidentes e vazamentos irresponsáveis. “Mas acidentes acontecem; o importante é verificar a dosimetria que será aplicada, se ela vai considerar boas práticas, cuidados com acessos indevidos, compartilhamentos desnecessários e falta de transparência, entre outros aspectos.”
A entrevista completa pode ser acessada na Hospitalar Hub, onde todo o conteúdo fica disponível um dia após o evento.
Painel de debate: Medicina Diagnóstica Hospitalar – quais são os limites?
Leandro Figueira, Vice-Presidente do Conselho de Administração da ABRAMED, mediou o debate que teve como tema Medicina Diagnóstica Hospitalar – Quais são os Limites? Os convidados foram Alessandro Ferreira, Vice-Presidente Comercial e de Marketing do Grupo Hermes Pardini e Marcos Paulo Novais, Superintendente Executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
A troca de ideias começou com a perspectiva de Alessandro sobre o uso correto, excessivo ou insuficiente dos recursos. “Existe underuse e overuse muito associados ao que observamos, uma falta de esclarecimento da equipe médica, ou até mesmo das possibilidades de diagnóstico”, explicou.
Para ele, a insegurança dos pacientes vem diminuindo em razão do maior entendimento da pandemia. Por isso, Alessandro acha que cabe às operadoras de saúde do ambiente de medicina diagnóstica criar os protocolos e algoritmos de diagnóstico para melhor atender a população. “Por outro lado, estamos vivenciando um aumento enorme de doenças crônicas, e isso tudo aumenta a conta; se não tivermos a racionalização, os gastos evitáveis na saúde vão aumentar”, ressaltou.
Marcos Paulo Novais explicou que racionar e racionalizar são completamente opostos. Para ele, racionalizar é no sentido de buscar o melhor uso, o uso mais eficiente, os melhores protocolos, melhores diretrizes, para então buscar mais eficiência e alcançar a excelência. “Racionalizar entendemos como o caminho mais adequado”, reforçou.
O debate seguiu e os três participantes partilharam suas vivências de forma lúdica e didática. O conteúdo completo já está disponível no Hospitalar Hub. Acesse e veja na íntegra o debate.
Keynote: Inteligência Artificial como facilitadora do acesso ao diagnóstico e redutora das disparidades sociais
No terceiro e último evento da noite, Cesar Higa Nomura, Superintendente de Medicina Diagnóstica do Hospital Sírio-Libanês, falou sobre IA e suas diversas vertentes que ainda vão auxiliar o setor, além das que já estão em voga.
Cesar explicou que entre as tecnologias possibilitadas pela Inteligência Artificial incluem-se: segurança cibernética cognitiva, robô assistente pessoal, robôs cirúrgicos autônomos, robôs de nuvem de última geração, jogos controlados por pensamento, tradução universal em tempo real, análise emocional em tempo real, chatbots, machine learning, deep learning, redes neurais, reconhecimento de padrões, entre muitos outros.
Dentro do setor de saúde, a IA já tem tecnologias para toda a vida do ser humano, passando por interpretação de genoma de recém-nascidos, tecnologias de smart speaker, tecnologias de saúde mental, paramédicos de ataque do coração e AVC, assistentes de leitura de scanners, slides e lesões etc. Todos contribuem para promover a segurança do paciente.
Cesar também mencionou a aplicação da IA nos diversos campos da medicina: scans na radiologia, lâminas na patologia, imagens da pele na dermatologia, exame de retina na oftalmologia, ecocardiograma na cardiologia, vídeos e sondas na gastrologia, omics na oncologia, predições na geriatria, automação do EMR em todos os campos e a medição dos sinais vitais para as enfermeiras.
“A inteligência artificial não vai substituir os médicos, mas os médicos que a utilizam vão substituir quem não a usa”, disse Cesar. Tecnologia, inovação e colaboração encurtam distâncias, democratizam conhecimento e reduzem custos, enfatizou o palestrante. “Quando a comunidade acadêmica, setor privado e governo trabalham realmente como parceiros, é possível fazer muito mais com muito menos”, concluiu.
A apresentação completa já está disponível no Hospitalar Hub.
2ª edição da Digital Journey
A Digital Journey by Hospitalar chegou ao fim! Foram 9 dias de oportunidades de troca de conhecimento e de networking para futuros negócios, com palestras e debates, cada uma direcionada a uma comunidade do setor da saúde.
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